POEMA

de Sara Guerra (14/2/12)




que voz trará à vida
o que é caminho,

que grito é esse que buscas inscrito
se a pedra desde sempre to tem dito

que verdade queres que à luz se desça
se as aves nunca te estranharam
(e até os seus ninhos te caem na cabeça)

em que campos queres tu que teus filhos cresçam
se tudo quanto floresça é teu já
nem por pertença, mas por justiça
anterior a todo o tempo, levada ao extremo
da ternura pela coragem clara e livre da loucura.

(que tiranos queres pois se confessem
se a mentira só se aninha em quem a aceita)

que denúncia esperas ser-te prometida
se a revolta te chama há muito pelas ruas.

(mostra-me
em que canto esse sonho não exista)

(s)e ainda que a Primeira
fosse a última Palavra:

Inventaria para ti
o novo mundo –

Em sangue escreveria
minhas mãos nas tuas.

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